quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Estrela do Dia: Rachel de Queiroz - 100 Anos de Nascimento

Rachel de Queiroz

Romancista, cronista, tradutora e dramaturga, Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza a 17 de novembro de 1910. Antes de completar sete anos de idade, transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro e, pouco tempo depois, para Belém do Pará, na tentativa de apagar da lembrança os horrores da seca de 1915. De volta a Fortaleza em 1919 e, sem nunca ter frequentado os bancos escolares, matriculou-se, em 1921, no curso Normal do Colégio Imaculada Conceição, diplomando-se aos 15 anos de idade.

Estreou nas letras em 1927, como colaboradora do jornal O Ceará. Três anos mais tarde, lançaria seu primeiro livro - O Quinze - romance de fundo social retratando a luta inglória de um povo contra a miséria e a seca. A obra foi muito bem recebida pela crítica e lhe valeu o prêmio da Fundação Graça Aranha (1931), de grande importância nos meios literários da época. João Miguel, seu segundo romance, apareceria em 1932, sendo recebido com o mesmo entusiasmo.

Após um intervalo de cinco anos, sai, em 1937, Caminho de Pedras e, dois anos mais tarde, As Três Marias. Em todos eles, sempre presentes a preocupação social, a emoção e o cotidiano das pessoas - tudo expresso numa linguagem simples, muito pessoal. A força de seus escritos está nos personagens e na ação. Em As Três Marias, a ação se desenrola num internato feminino de orientação católica e os episódios são narrados por Maria Augusta, uma ex-aluna do internato.

Residindo no Rio de Janeiro por longos anos, Rachel de Queiroz colaborou de forma assídua como cronista em inúmeros jornais e revistas. De sua experiência jornalística, nasceram vários livros de crônicas, que se intercalam com um novo romance (Dôra, Doralina, 1974), duas peças teatrais, um livro de literatura infanto-juvenil, um texto para a televisão. Além disso, dedicou-se à tradução, transportando para o Português cerca de 50 volumes: Tolstói, Emily Brontë, Dostoiévski, Cronin, estão entre os autores traduzidos. Primeira escritora a integrar a Academia Brasileira de Letras, Rachel de Queiroz foi eleita em agosto de 1977. 


Rachel
A José Olympio Editora lança, em 1989, sua "Obra Reunida", em cinco volumes, com todos os livros que Rachel publicara até então destinados ao público adulto.
Segundo notícia que circulou em 1991, a Editora Siciliano, de São Paulo, pagou US$150.000,00 pelos direitos de publicação da obra completa de Rachel.

Já na nova editora, lança em 1992 o romance "Memorial de Maria Moura".

Em 1993, recebe dos governos do Brasil e de Portugal, o Prêmio Camões e da União Brasileira de Escritores, o Juca Pato. A Siciliano inicia o relançamento de sua obra completa.

1994 marca a estréia, na Rede Globo de Televisão, da minissérie "Memorial de Maria Moura", adaptada da obra da escritora. Tendo no papel principal a atriz Glória Pires, notícias dão conta que Rachel recebeu a quantia de US$50.000,00 de direitos autorais.

Inicia seu livro de memórias, em 1995, escrito em colaboração com a irmã Maria Luiza, que é publicado posteriormente com o título "Tantos anos".

Pelo conjunto de sua obra, em 1996, recebe o Prêmio Moinho Santista.

Em 2000, é publicado "Não me Deixes — Suas histórias e sua cozinha", em colaboração com sua irmã, Maria Luiza.

Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz chega aos 90 anos afirmando que não gosta de escrever e o faz para se sustentar. Ela lembra que começou a escrever para jornais aos 19 anos e nunca mais parou, embora considere pequeno o número de livros que publicou. “Para mim, foram só cinco, (além de O Quinze, As Três Marias, Dôra, Doralina, O Galo de Ouro e Memorial de Maria Moura), pois os outros eram compilações de crônicas que fiz para a imprensa, sem muito prazer de escrever, mas porque precisava sustentar-me”, recorda ela. “Na verdade, eu não gosto de escrever e se eu morrer agora, não vão encontrar nada inédito na minha casa”.

Recebe, em 06-12-2000, o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Em 2003, é inaugurado em Quixadá (CE), o Centro Cultural Rachel de Queiroz.

Faleceu, dormindo em sua rede, no dia 04-11-2003, na cidade do Rio de Janeiro. Deixou, aguardando publicação, o livro "Visões: Maurício Albano e Rachel de Queiroz", uma fusão de imagens do Ceará fotografadas por Maurício com textos de Rachel de Queiroz.
 

Fonte: Livro: As Três Marias - Rachel de Queiroz - Abril Cultural.

2 comentários:

  1. Balilarina,
    Belo blog. Descobri hoje pela homenagem à Raquel de Queiroz.
    Felicidades!
    Paula

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  2. Paula

    Muito obrigada pelos elogios!
    Felicidades.

    Bailarina

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