sábado, 30 de outubro de 2010

II y a toujours quelque choe d’abient qui me tourmente
Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta

Camille Claudel


Camille Claudel


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Navegações XIV

poetisa Sophia de Mello Breyner


"Através do teu coração passou um barco
Que não pára de seguir sem ti o seu caminho"

Sophia de Mello Breyner

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Canção Predileta - Codinome Beija-Flor

Ezequiel Neves e Cazuza


Codinome Beija-flor

Cazuza
Ezequiel Neves
Reinaldo Arias


Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor (nunca)
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor


Fonte: www.cazuza.com.br



 Simone e Cazuza - Codinome Beija-Flor


Caju



Cigarra




quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Canção Predileta - BABY


Gal e Caetano

Baby
Caetano Veloso

Você precisa saber da piscina
Da margarina
Da Carolina
Da gasolina
Você precisa saber de mim

Baby baby
Eu sei que é assim

Você precisa tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com a gente
Me ver de perto
Ouvir aquela canção do Roberto

Baby baby
Há quanto tempo

Você precisa aprender inglês
Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais
E o que eu não sei mais

Não sei, comigo vai tudo azul
Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
Da América do Sul
Da América do Sul

Você precisa
Você precisa
Não sei
Leia na minha camisa

Baby baby
I love you



Fonte: www.caetanoveloso.com.br



Gal Costa  - Baby



terça-feira, 26 de outubro de 2010

Canção Predileta - Eu Não Existo Sem Você

Eu Não Existo Sem Você

(Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes)


Vinicius e Tom



Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Qua nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você


Fonte: www.tomjobim.com.br


Bethânia - Eu Não Existo Sem Você


Abelha Rainha



segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Canção Predileta - Amor de Índio

Amor de Índio

(Beto Guedes/Ronaldo Bastos)

Beto Guedes


Ronaldo Bastos


Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa do azul pintado pra durar
Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
e ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
e ser tudo

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho é mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes o tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar
e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
e ser tudo

Sim todo amor é sagrado
Sim todo amor é sagrado meu amor




Berré



Maria Bethânia - Amor de Índio



domingo, 24 de outubro de 2010

Estrela do Dia: Camille Claudel

Camille Claudel
Nome: CAMILLE
Sobrenome: CLAUDEL
ESCULTORA
Nascimento:
8 de dezembro de 1864
Olhos: azuis-escuros
Irmão: Paul Claudel
Amante: Auguste Rodin
Companheiro: Debussy
Trinta anos de criação
Trinta anos de hospício

Ser escultora. Ao ousar fazer essa escolha, no final do século XIX, a jovem Camille definiu para si uma vida incomum: o confronto permanente com a família e o meio social, quinze anos de ligação apaixonada e destrutiva com um grande escultor (Rodin), trinta anos de internamento num asilo de alienados mentais, onde morreu em 1943. Saldo: uma obra comovente, de imensa força e rara originalidade visionária - e o esquecimento.


A idade madura (Os caminhos da vida), 1899


Carta do asilo

"... Tenho pressa de deixar este lugar... Não sei se você pretende me deixar aqui, mas é muito cruel para mim!... Dizer que a gente está tão bem em Paris e que é preciso renunciar a isso por causa das bobagens que vocês têm na cabeça... não me abandone aqui sozinha..."

Carta do asilo

"... Parece que meu pobre ateliê - alguns pobres móveis, algumas ferramentas forjadas por mim mesma - meu pobre pequeno lar, excitava ainda a cobiça deles!..."

Carta do asilo

"... Censuram-me (ó crime horrendo) por ter vivido sozinha..."
25 de fevereiro de 1917

Carta do asilo

"... Na verdade, querem me forçar a fazer escultura aqui, vendo que não conseguem, submetem-me a todo tipo de vexames. Isso não me fará mudar de ideia, muito pelo contrário..."

Carta do asilo

"... Hoje, 3 de março, é o aniversário do meu sequestro em Ville-Evrard: faz sete anos... fazer penitência nos asilos de alienados. Depois de se terem apoderado da obra de toda a minha vida, mandam-me cumprir os anos de prisão que eles próprios tanto mereceriam..."

Carta do asilo

"... Eu gostaria de estar em minha casa e de fechar bem a minha porta. Não sei se poderei realizar esse sonho, estar em minha casa!..."

Carta do asilo

"... me recusar um asilo em Villeneuve. Eu não faria escândalo como você está pensando. Ficaria feliz demais por voltar à vida comum para fazer o que bem entendesse. Eu não ousaria mais me mexer, de tanto que já sofri. Você me diz que seria preciso alguém para me servir? Como assim? Nunca tive empregada em toda a minha vida..."

Carta do asilo

"... Quanto a mim, estou tão desolada por continuar a viver aqui que eu não [ilegível] mais uma criatura humana. Não posso mais suportar os gritos de todas essas criaturas, isso me parte o coração. Deus, como eu gostaria de estar em Villeneuve! Não fiz tudo o que fiz, para acabar meus dias internada numa casa de saúde, eu merecia outra coisa..."

Carta do asilo

"... A imaginação, o sentimento, o novo, o imprevisto que saem de um espírito desenvolvido sendo coisa inacessível para eles, cabeças tapadas, cérebros obtusos, eternamente fechados à luz, eles precisam de alguém que a forneça. Eles diziam: ... nós nos servimos de uma alucinada para encontrar nossos temas. Devia haver alguns pelo menos que fossem gratos e soubessem dar alguma compensação à pobre mulher que despojaram do seu gênio: não! uma casa de alienados! nem sequer o direito de ter minha casa! Porque é preciso que eu seja submissa à vontade deles! É a exploração da mulher, o esmagamento da artista que querem fazer suar até sangue..."

Carta do asilo

"... é realmente forte demais!... E me condenar à prisão perpétua para que eu não reclame!
"Tudo isso no fundo sai do cérebro diabólico de Rodin. Ele só tinha uma ideia, a de que ele morrendo eu tomasse impulso como artista e me tornasse maior do que ele: ele precisava manter-me em suas garras depois de morto, como em vida. Era preciso que eu fosse infeliz com ele morto como o fui com ele vivo. Ele venceu em tudo, ponto por ponto, pois, quanto a ser infeliz, de fato o sou!... Eu me aborreço muito com esta... escravidão..."

Carta do asilo 

"... Meu lugar não é no meio de tudo isso, preciso me retirar deste meio; hoje, depois de quatorze anos de uma vida dessas, reivindico em altos brados a liberdade..."

Carta do asilo

"... Hoje faz quatorze anos que tive a desagradável surpresa de ver entrar no meu ateliê dois esbirros armados até os dentes, com capacetes e botas, absolutamente ameaçadores. Triste surpresa para uma artista; ao invés de uma recompensa, foi isso que me aconteceu! É comigo que acontecem coisas assim..."


O Sakuntala, 1888


...Camille Claudel, aluna de Rodin, que se tornou quase tão forte quanto o mestre...
Chronique de l'Indre


Eu ficaria surpreso se algum dia a srta. Claudel não tomasse lugar, bruscamente, entre os grandes mestres escultores do século.
Armand Dayoz


Camille exibia os vestidos mais extravagantes e sobretudo penteados feitos com fitas e plumas onde se combinavam mil cores. Pois havia nessa artista genial um desregramento, alguma coisa de eternamente infantil...
Henry Asselin


Fonte: Livro - Camille Claudel, uma Mulher - Anne Delbée - Martins Fontes.

sábado, 23 de outubro de 2010

As Borboletas - Vinicius de Moraes

 

As borboletas


Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas

Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então...
Oh, que escuridão!

Fonte: www. viniciusdemoraes.com.br



sexta-feira, 22 de outubro de 2010


Vanessa da Mata


Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz


(Vanessa da Mata)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Canção Predileta - Dindi

Dindi
(Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira)

Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que passam ligeiras
Prá onde elas vão
Ah! eu não sei, não sei
E o vento que fala nas folhas
Contando as histórias
Que são de ninguém
Mas que são minhas
E de você também
Ah! Dindi
Se soubesses do bem que eu te quero
O mundo seria, Dindi, tudo, Dindi
Lindo Dindi
Ah! Dindi
Se um dia você for embora me leva contigo, Dindi
Fica, Dindi, olha Dindi
E as águas deste rio aonde vão eu não sei
A minha vida inteira esperei, esperei
Por você, Dindi
Que é a coisa mais linda que existe
Você não existe, Dindi
Olha, Dindi
Adivinha, Dindi
Deixa, Dindi
Que eu te adore, Dindi... Dindi



Fonte: www.tomjobim.com.br


Gal e Tom



Gal Costa e Tom Jobim - Dindi


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Astro do Dia - Vinicius de Moraes - 97º Aniversário

Hoje comemora-se 97º aniversário do grande Vinicius de Moraes. 


Vinicius aos dois anos de idade


1913

Nasce, em meio a forte temporal, na madrugada de 19 de outubro , no antigo nº 114 (casa já demolida) da rua Lopes Quintas, na Gávea, ao lado da chácara de seu avô materno, Antônio Burlamaqui dos Santos Cruz. São seus pais d. Lydia Cruz de Moraes e Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, este, sobrinho do poeta, cronista e folclorista Mello Moraes Filho e neto do historiador Alexandre José de Mello Moraes.


Vinicius de Moraes



Soneto de aniversário


Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece....
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.



Fonte: www.viniciusdemoraes.com.br

domingo, 17 de outubro de 2010

Desassossego - Fernando Pessoa

Fernando Pessoa


"Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar
de sonhar sempre,
pois sendo mais do que uma espectadora de mim mesma,
Eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso,
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre
luzes brandas
e músicas invisíveis."
Extraído do livro do "Desassossego"
Fernando Pessoa

sábado, 16 de outubro de 2010

Hamlet - William Shakespeare

O Que Trago Dentro De Mim Está Além Das Aparências.

(Hamlet, primeiro ato, cena II)


William Shakespeare

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Estrela do Dia: Nara Leão

Nara Leão


Nome: Nara Lofego Leão
Nascimento: Vitória (ES), 19 de janeiro de 1942
Morte: Rio de Janeiro (RJ), 7 de junho de 1989
Instrumentos: voz, violão
Epíteto (sempre negado por ela): Musa da bossa nova

Frases

(Em 1961, ao romper com Ronaldo Bôscoli):
"Chega de bossa nova. Chega de cantar para dois ou três intelectuais uma musiquinha de apartamento".

(Em 195, enfrentando a ditadura militar):
"Sou a mulher mais corajosa que conheço. Na intimidade, podem me chamar de Nara Coração de Leão".

(Em 1970, explicando porque não tinha mais vontade de cantar):
"Não tenho problema de competição com ninguém. Sou independente, emancipada e não me incomodo, por exemplo, de fazer tricô. Não me diminui em nada".

Fonte: Coleção Folha 50 Anos de Bossa Nova - texto por Ruy Castro.  



Nara Leão


Poema de autoria de Carlos Drummond de Andrade dirigido ao marechal Castelo Branco e publicado no jornal Correio da Manhã em defesa de Nara Leão durante a ditadura militar e que foi devidamente recortado pela cantora, enquadrado e colocado na sala de sua casa:

Meu honrado marechal,
dirigente da nação,
venho fazer-lhe um apelo:
não prenda Nara Leão.

Soube que a Guerra, por conta,
lhe quer dar uma lição.
Vai enquadrá-la - esta é forte -
artigo tal... não sei não.

A menina disse coisas
de causar estremeção?
Pois a voz de uma garota
abala a revolução?

Nara quis separar
o civil do capitão?
Em nossa ordem social
lançar desagregação?

Será que ela tem na fala,
mais do que charme, canhão?
Ou pensam que, pelo nome,
em vez de Nara, é leão?

Se o general Costa e Silva,
já nosso meio-chefão,
tem pinta de boa-praça,
por que tal irritação?

Ou foi alguém que, do contra,
quis criar amolação
a seu Artur, inventando
este caso sem razão?

Quem disse a mocinha, enfim,
de inspirado pelo cão?
Que é pela paz e amor
e contra a destruição?

Deus seu palpite em política,
favorável à eleição
de um bom paisano - isso é crime,
acaso, de alta traição?

E, depois, se não há preso
político na ocasião,
por que fazer da menina
uma única exceção?

Ah, marechal, compre um disco
de Nara. tão doce, tão
meigamente brasileira,
e remeta ao escalão.

Que, no palácio da Guerra,
estuda, de lei na mão,
o que diz uma cantora
dentro da (?) constituição.

Ao ouvir o que ela canta
e penetra o coração,
o que é música de embalo
em meio a tanta aflição.

O gabinete zangado,
que fez um tarantantão,
denunciando Narinha,
mudava de opinião.

De música precisamos
para pegar o rojão,
para viver e sorrir,
que não está mole, não

Nara é pássaro, sabia?
e nem adianta a prisão
para a voz que, pelos ares,
espalha sua canção.

Meu ilustre general,
dirigente da nação,
não deixe, nem de brinquedo,
que prendam Nara Leão."

Depois de telefonar para o poeta, agradecendo, Nara comentou com os amigos:
- Vale a pena comprar qualquer barulho para ganhar um poema desses.

Fonte: Livro - Nara Leão Uma Biografia - Sérgio Cabral - Lumiar Editora - páginas 114, 115 e 116.

Nara Leão

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Texto - Adélia Prado



Estava muito surpresa com a perfeita mecânica do mundo e muitíssimo agradecida por estar vivendo. Foi quando teve o pensamento de que tudo que nasce deve mesmo nascer sem empecilho, mesmo que os nascituros formem hordas e hordas de miseráveis e os governos não saibam mais o que fazer com os sem-teto, os sem-terra, os sem-dentes e as igrejas todas reunidas em concílio esgotem suas teologias sobre caridade discernida e não tenhamos mais tempo de atender à porta a multidão de pedintes. Ainda assim, a vida é maior, o direito de nascer e morar num caixote à beira da estrada. Porque um dia, e pode ser um único dia em sua vida, um deserdado daqueles sai de seu buraco à noite e se maravilha. Chama seu compadre de infortúnio: vem cá, homem, repara se já viu o céu mais estrelado e mais bonito que este! Para isto vale nascer.

(Texto Adélia Prado).

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Canção Predileta - Tocando em Frente


Almir Sater

Tocando Em Frente
(Almir Sater / Renato Teixeira)

Ando devagar
Porque já tive pressa
Levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe,
Só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Ando devagar
Porque já tive pressa
Levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz


Renato Teixeira












Maria Bethânia - Tocando Em Frente

Bethânia



terça-feira, 12 de outubro de 2010

Trecho: Os Sofrimentos do Jovem Werther - Goethe

 
jovem Werther

Sinto impulsos de rasgar o peito e esmagar a minha cabeça quando vejo a dificuldade que há em comunicar aos outros as nossas ideias, as nossas sensações e fazê-los entrar inteiramente nos nossos sentimentos. Ah! eu não posso receber de ninguém o amor, a alegria, o calor, o prazer, que em mim não residem; nem mesmo com um coração transbordando dos mais vivos afetos posso fazer a felicidade daquele a quem o mesmo calor e energia não são inerentes.


Goethe

(Trecho extraído do livro: Os Sofrimentos do Jovem Werther - Goethe)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Segue o Teu Destino - Ricardo Reis (Fernando Pessoa)

Segue o teu destinoRicardo Reis (Fernando Pessoa)

Segue o teu destino
Rega as tuas plantas
Ama as tuas rosas
O resto é a sombra
De árvores alheias

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.

Suave é viver só
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses

Vê de longe a vida
Nunca a interrogues
A resposta está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração
Os deuses são deuses
Porque não se pensam



Fonte: www.suelicosta.com.br



Sueli Costa


Nana Caymmi - Segue o Teu Destino (Ricardo Reis) poema musicado por Sueli Costa


Nana Caymmi



domingo, 10 de outubro de 2010

Canção Predileta: Acontece

Cartola

Acontece
(Cartola)

Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.



Cartola - Acontece


sábado, 9 de outubro de 2010

Canção Predileta: Beatriz

Edu Lobo e Chico Buarque

Beatriz
Edu Lobo / Chico Buarque

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida



Fonte: www.chicobuarque.com.br



Maria João e Mário Laginha


Maria João e Mário Laginha - Beatriz



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Texto: Eu Queria Ser Possuída Por Você

"Eu quero ser possuída por você,
pelo seu corpo, pela sua proteção, pelo seu sangue.
Me ama.
Eu quero que você me ame,
E fique eternamente me amando dentro de mim,
Com a sua carne e o seu amor.
Eternamente, infinitamente dentro de mim,
Me envolvendo, me decifrando,
Me consumindo, me revelando
Como uma tarde dentro do elevador
No verão voltando da praia,
E você me abraçou,
E eu te abracei,
E quanto mais eu me entregava,
Mais nascia o meu desejo,
Mais sobrava só o desejo,
E mais eu te queria
Sem palavras, sem pensamentos.
A vida inteira resumida só no desejo
Da tua boca dizendo o meu nome,
Da tua mão conduzindo a minha mão,
Do teu corpo revelando o meu corpo,
Como se o mundo fosse pela primeira vez.
Você, meu ponto de referência nessa cidade.

Poema "Eu queria ser possuída por você"
José Vicente

Fonte: www.mariabethania.com.br



Berré


Maria Bethânia recita o texto: " Eu queria ser possuída por você e interpreta a canção Seu Jeito de Amar (Gilson / Joran)



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Canção Predileta - Raios de Luz

Cristovão Bastos
Raios de Luz
(Cristovão Bastos/Abel Silva)

Você chegou
e iluminou
o meu olhar
Teus olhos nus
Raios de Luz
no azul do mar
Meu coração
Que sempre quis acreditar
Bateu feliz
foi só você chegar
Sei que a paixão
apaga o chão
rareia o ar
Ser e não ser
negar querer
fugir ficar
Mas não fui eu quem quis assim
aconteceu você pra mim
e eu não vou negar o que
o acaso quis pra nós
A chama desse amor me faz
sorrir cantar te quero mais
Te chamo só
pra repetir
te amo



Abel Silva


Fonte Letra: http://www.simone.art.br/


Simone - Raios de Luz


Cigarra

















quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Canção Predileta - As Aparências Enganam

Sérgio Natureza
As Aparências Enganam
(Sérgio Natureza / Tunai)

As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague
se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer, senão chorar sob o cobertor
As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada amor.



Tunai


Elis Regina - As Aparências Enganam

Elis